Poemas Brasileiros de Wanderson Lopez
Por José Eduardo Costa Silva
A música de Poemas Brasileiros é a parte permanente de um dizer livre; por isso, ela é essência de poesia. É uma música livre, que dilui as fronteiras conceituais entre compositor e intérprete, erudito e popular e, sobretudo, entre o conceito de obra e livre expressão da musicalidade e do estilo de um grande músico. Nas treze faixas do CD, Wanderson Lopez intercala curtas e incisivas exposições temáticas a seções de inspirado improviso, como se cada uma delas participasse de um imprevisível rondó.
A música de Poemas Brasileiros fala a linguagem de um modalismo que foi liberado pela liberação máxima do uso da dissonância...E assim ela se constitui como um poema de timbres, dinâmica, agógica e afetos. Da profusão de intervalos de segundas menor provém o áspero; a paisagem de um sentimento agreste, que se insinua a partir de cada plissar seguro nas cordas de um violão de oito cordas e de um bandolim. E esses sons dialogam com outros de natureza mais lírica e melancólica, como são os sons da harmônica de Gabriel Rossi e dos acordeons de Pedro de Alcântara e Fabiano Araújo.
Em Poemas Brasileiros há algo de profundo no aparente do ingênuo; o desfile informal de um cuidado técnico, de um cuidado com a informação, que faz parecer que procedimentos de imitação contrapontística sejam tão triviais como o canto livre de um coletivo de pássaros.
Em Poemas Brasileiros os sons percutidos de Edu Szajnbrum (percussão) e Diego Frasson (Bateria) fazem mais do que sustentar padrões rítmicos...Eles incorporam sons poucos usuais ao espectro sonoro da música. Algo tão brasileiro, quanto contemporâneo. A propósito, são raros os CDs que trazem os nomes dos instrumentos de percussão. Como se o som desses instrumentos fossem um só. No encarte de Poemas Brasileiros todos os instrumentos de percussão são discriminados. Esse fato apenas atesta o cuidado com que o CD foi produzido, vale dizer para a música que nele está registrada com o auxílio técnico de Felipe Gama e André Dias, assim como para a riqueza e beleza do encarte, que contém ilustração do próprio Wanderson Lopez e fotos de Thaiz Forzza, André Dias e Ricardo Monteiro.
Por José Eduardo Costa Silva
A música de Poemas Brasileiros é a parte permanente de um dizer livre; por isso, ela é essência de poesia. É uma música livre, que dilui as fronteiras conceituais entre compositor e intérprete, erudito e popular e, sobretudo, entre o conceito de obra e livre expressão da musicalidade e do estilo de um grande músico. Nas treze faixas do CD, Wanderson Lopez intercala curtas e incisivas exposições temáticas a seções de inspirado improviso, como se cada uma delas participasse de um imprevisível rondó.
A música de Poemas Brasileiros fala a linguagem de um modalismo que foi liberado pela liberação máxima do uso da dissonância...E assim ela se constitui como um poema de timbres, dinâmica, agógica e afetos. Da profusão de intervalos de segundas menor provém o áspero; a paisagem de um sentimento agreste, que se insinua a partir de cada plissar seguro nas cordas de um violão de oito cordas e de um bandolim. E esses sons dialogam com outros de natureza mais lírica e melancólica, como são os sons da harmônica de Gabriel Rossi e dos acordeons de Pedro de Alcântara e Fabiano Araújo.
Em Poemas Brasileiros há algo de profundo no aparente do ingênuo; o desfile informal de um cuidado técnico, de um cuidado com a informação, que faz parecer que procedimentos de imitação contrapontística sejam tão triviais como o canto livre de um coletivo de pássaros.
Em Poemas Brasileiros os sons percutidos de Edu Szajnbrum (percussão) e Diego Frasson (Bateria) fazem mais do que sustentar padrões rítmicos...Eles incorporam sons poucos usuais ao espectro sonoro da música. Algo tão brasileiro, quanto contemporâneo. A propósito, são raros os CDs que trazem os nomes dos instrumentos de percussão. Como se o som desses instrumentos fossem um só. No encarte de Poemas Brasileiros todos os instrumentos de percussão são discriminados. Esse fato apenas atesta o cuidado com que o CD foi produzido, vale dizer para a música que nele está registrada com o auxílio técnico de Felipe Gama e André Dias, assim como para a riqueza e beleza do encarte, que contém ilustração do próprio Wanderson Lopez e fotos de Thaiz Forzza, André Dias e Ricardo Monteiro.